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Bem-vindo, Caetano


Quando as palavras faltam: poesia. Chegou Caetano. E "é como se hoje fosse o dia em que eu nasci."

Caetano,


Quando as palavras faltam: poesia. Você chegou. E "é como se hoje fosse o dia em que eu nasci."


Adoro música. Mas tem que ser brasileira. E não basta a melodia. O que me toca é a poesia. Palavras musicadas.


E tem muito poeta foda escancarando sua alma através da música no Brasil.


O meu favorito vem lá de Pernambuco: Lula Queiroga.


Há quem nunca tenha ouvido falar dele, mas todo mundo provavelmente já ouviu suas palavras através de alguma voz conhecida.


Eu gosto de ouvi-las por ele mesmo. Carregadas de sentimentos, como são, não poderiam ser melhor interpretadas que não por aquele que as compôs.


Lula transita com genialidade e muita sensibilidade por temas diversos, indo do amor ao cotidiano, com um forte apelo social. Faz isso de forma brilhante, com palavras fortes e música moderna. Sou suspeita pra falar, porque sou fã.


Ele entrou na nossa história muito antes de você nascer. Antes mesmo de ser concebido.


Quando escutei "Se não for amor eu cegue" pela primeira vez, percebi que aquela seria a trilha sonora da nossa vida. Não sei se era sobre filhos que Lula falava. Só sei que aquele amor que ele descrevia, eu ainda não conhecia.


E durante os meses de planejamento da sua chegada, ficava imaginando a minha gravidez sempre que essa música dava o ar das graças no meu Ipod, durante minhas corridas matinais.


E então o tão sonhado positivo chegou. E essa música continuou habitando o meu cotidiano com frequência. Foi a primeira de uma playlist de dezenas de músicas garimpadas a dedo para o trabalho de parto. Se eu pudesse ter escolhido, era ao som dela que você teria nascido. Não deu. Mas foram essas as palavras que vieram à minha cabeça no exato instante em que te vi:


"Pode ser um lapso do tempo E a partir desse momento Acabou-se solidão Pinga gota a gota o sentimento Que escorrega pela veia E vai bater no coração Quando vê já foi pro pensamento Já mexeu na sua vida Já varreu sua razão Acelera a asa do sorriso Muda o colorido Vira o ponto de visão


Livre quando vem e leva Lava a alma Leve vai tranquila E a pupila acesa do seu olho disse Love


Cai o medo tolo cai o queixo Quando a terra sai do eixo E eu estou perto de ti Abre-se a comporta da represa Desviando a natureza Prum lugar que eu nunca vi Uma vida é pouco para tanto Mas no meio desse encanto Tempo deixa de existir É como tocar a eternidade É como se hoje Fosse o dia em que eu nasci


Bem, se não for amor eu cegue


Bem, se não for amor eu fico


Eu sigo, sigo, sigo, eu fico cego por ti"


Essa música traduz as palavras que me faltavam, diante de tamanha emoção. Um amor que só um poeta saberia descrever.


Não havia, portanto, melhor forma de anunciar o seu nascimento.


E no dia 08/07/2016, às 04:57. eu finalmente pude entender o significado desse amor.

      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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