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Sobre as noites em claro

Caetano,

Hoje a noite não foi fácil.

Acho que foi a mais difícil na verdade.

E olha que as noites, no geral, não têm sido fáceis.

Justo comigo, que me achava a felizarda do sono do bebê... Rah!

Bem que me disseram: quando um bebê dorme a noite toda, boca de siri.

Se no início você dormia como um anjo, contrariando tudo o que foi profetizado, hoje tem dormido mal, muito mal, desafiando todo aquele bla bla bla do vai passar.

Durante essa noite que se apresentou longa, e ao mesmo tempo extremamente curta, desejei que tudo tivesse sido ao contrário. Me senti injustiçada. E em um momento de desespero e impaciência questionei: por que agora, meu Deus?!

Sim, Caetano. Mãe não é um ser perfeito. Mãe cansa, mãe perde as estribeiras. Mãe pede arrego.

E num momento como esse pensei que talvez (nunca saberei ao certo) tivesse sido menos difícil (e injusto) me abster de uma boa noite de sono naquela época em que o despertador não era uma preocupação e que o dia seguinte não me exigia muita concentração e dedicação intelectual. Porque trabalhar assim, Caetano, continuamente exausta, tem sido tarefa árdua demais para mim. Mais árdua até do que cuidar de recém nascido nos três primeiros meses, acredite se quiser.

(Quanto tempo dura o puerpério mesmo??? )

Por que então, Caetano?

Também nunca saberemos.

Talvez seja justamente porque não estamos mais juntos ao longo de todo o dia. Talvez seja só um dente ou o nariz entupido. Talvez seja uma fase. Talvez melhore, talvez ainda piore.

Só sei que não é fácil.

Mas vamos seguindo, porque no fim as coisas sempre se ajeitam. Aos trancos e barrancos, mas se ajeitam.

Porque eu nunca pensei que seria fácil. Nunca disse que era fácil. Mas o que eu digo, e repito quantas vezes forem necessárias, é que esse sorriso compensa tudo.

Nem que as vezes a memória falhe e seja necessário, no meio de uma madrugada fria e conturbada, recorrer ao celular para ver uma foto que me lembre disso. Sim, esse sorriso continuará compensando tudo.


      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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