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A Fadinha e seus pais



Eu sei que estou atrasada, mas o tempo é escasso e eu não queria deixar de falar de um tema que sempre friso aqui.


A Fadinha é foda! Ela é a grande responsável por sua conquista épica, com apenas 13 anos de idade, e merece ser ovacionada por isso. Ela nos enche de orgulho e esperança. E como estamos precisando disso!


Mas hoje eu quero falar dos pais da Fadinha.


Eles poderiam ter ignorado a paixão da filha pelo skate e investido em aulas de ballet, como pais de menina costumam fazer. Eles poderiam ter achado o skate perigoso para uma criança de apenas 6 anos e terem impedido que ela desenvolvesse seu talento com conselhos de cuidado dados com a melhor das intenções. Eles poderiam ter se negado a ouvir seus sonhos, afinal, ela era só uma criança.


Há algum tempo fiz um texto chamado “Infância não é ponte” e a Fadinha mostrou exatamente isso: que aos 6 anos bastava que acreditassem nela para que ela se tornasse gigante.


Precisamos urgentemente ouvir nossas crianças. Precisamos enxergá-las verdadeiramente, por fora das lentes que colocamos entre nossos olhos e nossos filhos desde a sua concepção. Lentes com ideias predefinidas de sucesso, que não apenas definem nossos filhos, como sonham por eles.


Não é fácil ser como os pais da Fadinha. Hoje eles são uma grande inspiração para mim. Tanto quanto ela.


Fiquei encantada ao ler a entrevista do Sr. Haroldo, logo após o título da filha, ao mencionar o irmão da menina:


Arthur, irmão da Rayssa, está começando a andar de skate, mas o pai prefere esperar: “Ele também gosta muito de futebol. Estou esperando ele decidir o que vai querer, para fazer por ele o que gente fez pela Rayssa”.


Ele está esperando o filho decidir.


Mesmo com todo o cenário favorável em torno do skate, ele está esperando o filho escolher. E eu não consigo ver uma prova de amor e afeto maior do que essa: reconhecer a capacidade de uma criança de manifestar gostos e preferências. E de escolher. No tempo dela. Através das suas próprias lentes.


Que sorte a nossa assistir o talento, a garra e a determinação da Fadinha. Que sorte a dela contar com pais que entenderam que ela já nasceu um indivíduo autônomo e digno de respeito.

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      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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