Lembrete para mim mesma
- Flavia Vilhena
- 20 de jul. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 21 de jul. de 2021

Há dias em que acorda com ímpetos de abraçar o mundo
E entre fraldas e mamadas, infinitos e-mails e ligações
Termina a noite com dedos exaustos que deslizam sobre um mundo aparentemente abraçado por todos
Menos por ela
Dedos que sentem incessantes oportunidades escorrerem por si
É urgente não perder tempo, dizem os especialistas
Há caos
Dentro e fora
Mas basta um olhar atento para perceber diversidades
Rios que correm em fases
Como a Lua
Que não pode ser cheia e exuberante, sem antes ter sido plenamente nova
Crescente ou minguante
Há fases em que se faz necessário abrir mão de ser inteira em si
Para fazer crescer vida nova
Fase passageira, como outra qualquer
Uma respiração profunda
E os sentidos aguçados
Fazem compreender a intensidade que é abraçar uma criança pela manhã
E então ela realiza que, às vezes, o mundo todo cabe dentro de um quarto Montessori
E sendo esse lugar o mundo inteiro
Adormece com a certeza do sucesso em sua missão
Mundo abraçado com êxito
Até que minguem fraldas e choros
E novas possibilidades sejam, de novo, abundantes
Até que seja novamente inteira em si
Por si e para si.
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