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Auto presente



Esse mês me encantei com a propaganda de uma cesta de gostosuras linda e super delicada que vi no Instagram. Assim que vi, resolvi comprar uma para a minha mãe. Mas depois percebi que, na realidade, eu queria mesmo era ter uma daquela para mim. Encomendei duas então. Marquei de pegar na véspera do dia das mães.

Quando Caetano viu aquilo, perguntou para quem era. Expliquei que eram os presentes de dias da mães: um para a vovó e um para mim.

E há dias ele repete para todo mundo essa “doideira”, como ele diz:

“Você acredita que mamãe comprou um presente para ela mesma?”

Pois é.

E nem eu tinha percebido o tamanho disso.

Eu adoro presentear, mas raramente faço isso por mim. Não estou falando de comprar algo para mim. Isso faço de forma bastante trivial. Mas tem uma diferença bem grande nesse ato quando por trás dele existe uma intenção. E, nesse caso, a intenção era mesmo me autopresentear, cuidar de mim com o mesmo carinho que eu cuido do outro. Porque era dia das mães e eu realmente acho que sou uma mãezona, que merece reconhecimento. Esse reconhecimento pode vir de fora? Pode sim. E é ótimo quando isso acontece. Mas ele também tem que vir de dentro. A gente precisa parar com essa mania de esperar que tudo chegue do outro, de ocultar nossas qualidades como se reconhece-las fosse um defeito, de minimizar nossos feitos como se fossem conquistas banais.

Eu sou uma mãe foda!

Perfeita não. Mas a melhor que eu posso.

Mães costumam ser assim. Se desdobram todos os dias para fazer o melhor que podem e quando deitam a cabeça no travesseiro quem as vem visitar? Sim, a culpa.

Ora, manda essa culpa embora para lá.

Deixa a autorealização entrar.

Às vezes é preciso focar nas conquistas e não no que faltou, caso contrário nunca estaremos satisfeitas e esse é um sentimento para lá de ingrato.

Espero que Caetano tenha aprendido que se autopresentear pode ser um ato de cuidado consigo mesmo e que cuidar de si é essencial. Porque esse é o pressuposto para que se possa cuidar bem do outro.

Ta aí meu autopresente de dia das mães, enfeitando a mesa de trabalho que, finalmente, após um ano e dois meses de home office, resolvi arrumar. E a cada vez que olho para essas flores secas me encanto: com sua beleza e com o meu maternar.

Sim, sou uma ótima mãe. Perfeita não.

Mas a melhor mãe que meus filhos poderiam ter.

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      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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