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Outono, vida e morte



Uma folha laranja caída no chão

Não é só uma folha morta

Uma folha seca caída no chão

É o anúncio da renovação.

Uma folha amarela que se desprende

Não é sinal de fraqueza

Uma folha que deixa nu o galho

É pura força de vida.

O tronco segue duro, envelhece forte

As folhas, leves, enfeitam

E inevitavelmente se vão...

Para depois voltar.

Em base sólida, sempre voltam.

E só seguirão belas e joviais

Se permitir-se deixar ir o que não serve mais.

No meu outono

Tenho ideias, pensamentos e uma energia que são como folhas

Se desprendem encerrando seu ciclo de beleza

Para que uma beleza nova possa florescer

Até que não sirva mais

E assim por diante

Porque quando cessa esse ir e vir

Cessa-se a vida.

A vida pode cessar até na florida primavera.

Se não houver movimento, até as flores mais belas morrerão de vez.

É preciso deixar o vento levar o que já não serve

Ou sucumbir ao peso das folhas mortas

E morrer por inteiro.

Não se morre ao deixar a folha cair.

O verdadeiro morrer é quando nos apegamos ao que é, sem observar que nada é estático

Que tudo é rio

Que uma folha laranja caída no chão

É a maior testemunha de que ali,

Naquele tronco forte e esguio

A vida segue pujante

Pulsante.

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      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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