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Sim, às vezes o almoço é grátis

Sobre inteligência emocional ou sobre como transformar limões em limonada.

E também sobre como viver é escola, desde que estejamos abertos a aprender as lições que se disfarçam de cotidiano.


Hoje pedi um almoço para toda família através de um aplicativo de delivery. Me programei para pedir cedo, pois meus filhos almoçam antes do meio dia. Às 11:30 o entregador chegou ao restaurante, mas nada do pedido ser entregue.


Depois de 30 minutos de atraso, tentei contato com o aplicativo, mas minha única opção era conversar, via chat, com o entregador. Perguntei se o restaurante tinha dado alguma previsão sobre a liberação dos pratos. Ele não respondeu. Liguei. Depois de algumas tentativas, ele atendeu. Disse que o pedido estava pronto há quase uma hora, mas que o aplicativo não havia encaminhado o código de retirada e que ele e o restaurante estavam tentando contato com o suporte, sem sucesso. Afirmou que continuaria tentando.


Depois de mais alguns minutos, o Edir me chamou no WhatsApp. Pediu desculpas pelo incômodo. Disse que ainda não havia conseguido contato com a empresa, mas que o restaurante parecia estar enfrentando problemas com o aplicativo e que talvez o melhor seria cancelar o pedido (de forma gratuita). Perguntei como ficaria a situação dele nesse caso. Se ele receberia alguma coisa se eu acrescentasse uma gorjeta no app. Ele me respondeu com um áudio. Disse que não apenas não receberia, como ficaria (mais) uma hora bloqueado, sem pegar corrida, mas que tudo bem. Aproveitaria para ir em casa almoçar. Enquanto eu espumava de raiva por estar com o almoço atrasado, ele me dizia isso com a tranquilidade de quem ganha de presente um tempo extra com a família.


Então eu pedi que ele me passasse sua conta, para que eu pudesse depositar a gorjeta. Com a mesma tranquilidade na voz, e muita educação, ele agradeceu a generosidade. Disse que não podia aceitar, pois apesar da culpa não ter sido dele, também não havia sido minha, e que estava tudo bem.


Tenho estudado muito sobre inteligência emocional, resiliência e aceitação, e o Edir não sabe, mas hoje ele me deu uma verdadeira aula sobre tudo isso. Eu não tenho dúvidas de que, no lugar dele, teria estragado não apenas o meu almoço, como possivelmente boa parte do meu dia (o que eu, aliás, já estava fazendo). Mas aquele tom de voz salvou meu almoço. Aquele tom de voz foi um insight que poucos livros e cursos de renome podem proporcionar.


Não sei se o Edir já estudou sobre isso, mas agiu como um expert. Como profissional, prestou um excelente atendimento, e foi além, muito além.


Não foi incômodo algum, Edir. E obrigada você, pela sua imensa generosidade em me ensinar essa lição.


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      Flávia Vilhena
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Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto. Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora...

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