Tenho um outono em mim
Chegou minha época preferida do ano.
Quando o calor de fora vai dando espaço para o calor de dentro. Quando o friozinho vem para abraçar as angústias inerentes aos ciclos que se fecham. Quando o céu é mais azul. O entardecer, mais colorido e intenso.
Intenso como essa nostalgia que toma conta de mim. Tenho um outono em mim.
E sigo tentando entender as nuances dessa estação.
Dramática? Angustiante? Melancólica?
Bela? Reflexiva? Introspectiva?
Morte? Vida? Mudança?
Ou apenas renovação?
Deixar ir para que o novo possa chegar.
Estamos sempre em movimento.
E é essa a poesia da vida.
Outono é isso então: pura poesia.
Um carinho para a alma.
Outono é vida em fluxo.
É a impermanência em concretude.
Folhas que caem levando velhas crenças.
Adubando a terra para mais um ciclo de introspecção...
E, então, florescimento!
Eu gosto desse recolhimento para dentro de mim.
Eu gosto desses mergulhos internos.
Outono: tempo de observação e contemplação.
Fora e dentro.
Tenho o outono em mim.
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