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Quem sou eu?

Sou a Flávia. Mãe do Caetano e do Augusto.

Viajante, ex-blogueira (de viagem), advogada e agora escritora.

Falar que sou mãe é fundamental para a minha apresentação, pois foi a chegada do meu primeiro filho que me colocou nessa jornada. Eu sempre amei escrever, mas isso ficou adormecido enquanto eu vivia a vida que esperavam de mim. Além disso, sempre fui muito fechada, tímida até dizer chega. A vergonha era a minha melhor amiga. Mas depois de um parto arrebatador e de uma inundação de ocitocina, a inspiração sentou por meses no meu ombro, nocauteou a minha velha amiga de infância e as palavras simplesmente começaram a fluir.

 

Foi tudo tão intenso, que não conseguia guardar só para mim. Passei a publicar meus textos nas minhas redes privadas, me expondo em níveis nunca antes imaginados. E a receptividade dos meus amigos não podia ter sido melhor. Escrevia sem parar. Aí a licença maternidade acabou e eu voltei a trabalhar. A ocitocina foi se acomodando em níveis normais, enquanto a correria e as distrações voltavam a dominar a vida da mulher, mãe, trabalhadora, saudável, culta, equilibrista (e mais um monte de papéis que não cabem aqui). Na mesma proporção, toda a inspiração foi virando pó, até que um dia olhei para o lado e pronto: ela não estava mais lá. A vergonha já estava enterrada, mas a auto sabotagem não. Eu dizia para mim mesma, no auge da exaustão: “Esquece isso. Não vai dar em nada mesmo. Foca na carreira!" E de repente, lá estava eu: de novo vivendo a vida que prepararam para mim.

 

Quando meu segundo filho nasceu, tive a esperança de que voltaria a escrever. Seja bem-vinda, ocitocina!!! Mas ao invés disso, invadiu a minha casa, sem bater na porta, um puerpério muito mais complicado, uma absoluta falta de tempo e a sensação de estar vendo a vida passar por mim. Era fato: minha inspiração havia acabado.

 

Mas veio a pandemia. Fui obrigada a desacelerar. Menos distrações, mais pensamentos fervilhando na cabeça. Iniciei uma jornada de autoconhecimento e comecei a me questionar sobre um monte de coisas. Como no hino (anto)lógico do Supertramp, à medida que as perguntas foram ficando profundas, as noites se tornaram incômodas demais: afinal, quem sou eu?

 

E aí voltei a ter vontade de escrever. Uma ou outra inspiração foi surgindo. Retomei a curiosidade e a vontade de aprender. Fiz uma oficina de escrita, me empolguei. Imobilizei a auto sabotagem. Recomecei. Mas a luta não acabou. Dessa vez não teve nocaute. Sem ocitocina abundante e sem inspiração pousada no ombro, a briga é diária. Assim como a busca por uma vida mais criativa e autêntica, que não se limite aos sonhos pré-fabricados que vêm anexados às nossas certidões de nascimento.

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